Nos primeiros dez anos de vida, o Espaço Saúde em Diálogo – Faro cumpriu o seu papel no apoio aos doentes crónicos e tem vindo a promover o envelhecimento activo no Algarve.

Fazer o balanço do impacto dos dez anos de vida do Espaço Saúde em Diálogo Faro na comunidade algarvia. Este foi o ponto de partida da conferência comemorativa, que decorreu a 26 de Setembro, no auditório do Hospital de Faro, com a presença de promotores e parceiros. O ESD Faro é um projecto inédito da Plataforma Saúde em Diálogo, que contou com o apoio do Alto Comissariado para a Saúde. Criado a 22 de Setembro de 2009, teve como ambição apoiar as associações de doentes nas áreas da promoção da saúde e da prevenção e gestão da doença.

Uma década depois, o balanço é «muito positivo», garante a coordenadora do ESD Faro, Alda Martins. «Ajudamos quem nos procura a encontrar informação sobre a sua doença e estratégias positivas para lidar com as limitações inerentes à mesma. Temos também um papel importante na promoção da saúde, através de rastreios ou de um programa de promoção do envelhecimento activo». O espaço acompanha 22 a 46 utentes por mês e, só durante o ano passado, realizou 686 atendimentos psicossociais na comunidade.

O projecto está sediado em Faro, mas «dá resposta às necessidades de pessoas de todo o Algarve», confirma Alda Martins. «Esta é uma região muito desprotegida em termos de saúde. Em termos de literacia na saúde temos indicadores muito baixos». Foram as características geográficas e os indicadores de saúde da região que justificaram a decisão de aqui implantar o primeiro ESD. Desde então, foram criados outros, em Lisboa e no Porto.

Desde a criação, a prioridade do ESD Faro foi apoiar os doentes crónicos e os respectivos cuidadores, encaminhando-os para as associadas da Plataforma Saúde em Diálogo, 52 associações de doentes crónicos, promotores de saúde, profissionais de saúde e consumidores. A par, o projecto tem vindo a dinamizar actividades de promoção do envelhecimento activo. «Estas actividades são essenciais face ao envelhecimento da população e ao isolamento de muitos idosos», diz a coordenadora.

Estiveram presentes na conferência alguns parceiros do ESD Faro, como o Centro Hospitalar Universitário do Algarve, a Câmara Municipal de Faro e a Universidade do Algarve. Os parceiros foram unânimes em considerar que existe uma «verdadeira parceria». O ESD Faro contribuiu para estreitar relações e é mais uma resposta para a qual os parceiros podem encaminhar doentes crónicos e outras pessoas interessadas no tema da doença crónica. O ESD Faro tem também sido um parceiro útil na concretização de projectos de promoção da saúde na comunidade.

Maria do Céu Machado felicitou o ESD pelo trabalho desenvolvido nestes dez anos. A especialista em saúde contribuiu para a criação do ESD Faro, na qualidade de Alta Comissária para a Saúde entre 2006 e 2011. «Criar um espaço de apoio não é fácil, mas mais difícil ainda é mantê-lo activo e interventivo», referiu na mensagem que enviou, lida por Maria da Luz Sequeira, da direcção da Plataforma. A Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve fez-se representar por Josélia Gonçalves, que destacou a necessidade deste tipo de espaços para acolher os doentes e apoiá-los na adaptação à doença e na promoção da saúde.

A conferência reflectiu ainda sobre as actuais necessidades de saúde no Algarve, como a iliteracia em saúde e as dificuldades de fixar profissionais de saúde na região. Os parceiros pretendem criar um compromisso para minimizar estes problemas no futuro. A coordenadora do ESD Faro antevê que o espaço venha a ter um papel importante na informação sobre o novo estatuto do cuidador informal. «Vamos apoiar a população, prestando informações sobre aquilo que os cuidadores informais podem fazer, quais são os seus direitos e deveres», concluiu Alda Martins.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]