“Qual o papel dos doentes no seu próprio tratamento” por Professor Joaquim Ferreira
Conferência realizada em 19 de Junho
Professor de Medicina e director de uma instituição reputadíssima, o Campus Neurológico Sénior, em Torres Vedras, o professor é um comunicador exímio, convidado a dirigir-se a um auditório transversal, constituído por todos os associados, abordou o papel dos doentes no seu próprio tratamento. O PowerPoint que gentilmente nos ofereceu, e que pomos à disposição de todos, fala por si.
Iniciou a sua exposição falando do fim do paternalismo médico e da alvorada de uma nova mentalidade na prevenção da doença e na comunicação entre o doente e os profissionais de saúde, uma lógica em que assenta o novo modelo de cuidados de saúde. Hoje o médico não se pode cingir ao diagnóstico directo, tem de “ver” novos sintomas e contar com a actividade multidisciplinar na saúde e até com o novo papel das intervenções terapêuticas não médicas, esta actuação irá projectar-se no desempenho das unidades de saúde, a todos os níveis.
Antes da abordagem directa ao papel dos doentes continuou a referir-se às mudanças no paradigma na saúde e aos novos critérios na ética médica, por exemplo proporcionar treino e formação e a aprender a intervir com os outros profissionais de saúde, registou que as diferentes classes profissionais ainda continuam, em muitos casos, de costas voltadas.
Quanto ao papel dos doentes, eles devem ser encarados como parceiros, vistos num ambiente vasto onde cabem as instituições de saúde, os cuidadores, as associações representativas dos doentes e a comunidade em geral. Isto significa um novo quadro de desafios para o doente e a sua associação: a procura de treino e formação, de aumentar a influência através de participação no esclarecimento dos quadros da doença e na adesão terapêutica.
O orador revelou os seus elevados dotes de comunicação quando abordou questões práticas quanto à partilha de informação que é devida ao doente na consulta, ele deve vir munido de todos os elementos e ter um quadro de referência quantos aos dados que devem ser transmitidos ao médico. Este é um exemplo de como as associações de doentes devem procurar capacitar os seus associados tanto para a primeira consulta como as seguintes, quais as perguntas a efectuar ao médico bem como os dados a comunicar nas consultas de seguimento.
Foi uma conferência que permitiu uma ampla e vivíssima troca de opiniões e pedidos de esclarecimento. Foi muito agradável ouvir o palestrante dizer-se encantado com a assembleia e pronto para novas colaborações com a Plataforma Saúde em Diálogo.
Consulte a apresentação aqui