Proteção Social e na Saúde de Pessoas com Doença Crónica em situação de emprego, no presente contexto de pandemia
Plataforma Saúde em Diálogo pede isolamento profilático para doentes crónicos
A Plataforma Saúde em Diálogo, que representa mais de 50 associações de doentes, promotores e utentes de saúde a nível nacional, quer que os doentes crónicos que não possam exercer a sua profissão em teletrabalho fiquem em isolamento profilático até ao final da pandemia.
De acordo com Rosário Zincke dos Reis, presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, o assunto tem estado na ordem do dia na associação, uma vez que “algumas pessoas com doenças cardiovasculares, bem como diabéticos, asmáticos e doentes oncológicos não podem ficar a trabalhar a partir de casa, pois a sua profissão não o permite. Neste sentido – e porque deixar de trabalhar é uma situação que acarreta problemas financeiros para as famílias – é necessário proteger estes grupos de risco, assegurando-lhe as devidas condições de segurança e de saúde até que este problema esteja solucionado”.
Neste sentido, a Plataforma Saúde em diálogo enviou já dois ofícios para as responsáveis governamentais pelas pastas do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e da Saúde, Marta Temido, com o objetivo de alertar o Governo para a situação e de, ao mesmo tempo, pedir que de acordo com a lei, seja possibilitado a estas pessoas o isolamento profilático até ao fim da pandemia.
Na carta enviada às ministras, refere-se que estão em causa “pessoas imunodeprimidas ou portadoras de doença crónica que de acordo com as orientações da autoridade de saúde são consideradas de risco, designadamente os doentes hipertensos, os doentes diabéticos, os doentes cardiovasculares, os portadores de doença respiratória crónica ou os doentes oncológicos. Estas patologias, como bem sabemos, não afetam só pessoas idosas já na idade da reforma. Afetam também muitos cidadãos em idade ativa que não podem prescindir dos rendimentos do trabalho para a sua subsistência e do seu agregado familiar. As patologias crónicas de que padecem fazem-nas constituir um grupo especialmente vulnerável para quem a infeção por SARS-CoV-2 pode ser fatal ou deixar graves sequelas. A probabilidade de este grupo da população, ao ser contaminado, carecer de internamento hospitalar, de ventilador e de cuidados intensivos, é muito elevada, como o conhecimento e a experiência têm demonstrado”.