Apresentar a doença de Parkinson numa boa literacia em Saúde
Um doente motivado para se tratar e aspirar a uma vida com mais qualidade carece de informação oportuna, correta sobre a sua doença e exposta em termos tais que a sua adesão seja consciente e envolva as componentes solidária e associativa: a literacia em saúde prepara a participação em saúde.
Nesse âmbito, apraz realçar a excelente qualidade de um manual preparado pela sua associação, a APDPk – Associação Portuguesa de Doentes com Parkinson, com o patrocínio científico da SPDMov – Sociedade Portuguesas das Doenças do Movimento, que está à disposição de qualquer interessado.
Ainda muito se desconhece sobre esta doença, mas no início da década de 1960 descobriu-se que estes doentes tinham uma diminuição do químico dopamina em algumas zonas do cérebro. Esta descoberta abriu porta para a utilização posterior do medicamento levodopa (que se degrada em dopamina) no tratamento dos doentes com Parkinson.
Estima-se que esta doença afete aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos. Se bem que a causa da doença ainda não está conhecida, admite-se que resulta numa combinação de fatores ambientais e genéticos. Neste excelente material divulgativo explica-se como é que se efetua o diagnóstico da doença e os tipos de parkinsonismo. Quanto à etiologia, ou seja como surge a doença, é devido a morte de células neuronais de uma zona do cérebro conhecida como substância negra. É importante conhecer sinais e sintomas motores, como é o caso do tremor de repouso, a rigidez, a instabilidade postural e alterações da marcha, as alterações de sono, as alterações autonómicas e sexuais.
Quanto à evolução natural da doença de Parkinson, esclarece-se que os doentes com início desta doença em idades mais avançadas apresentam uma progressão mais rápida e mais risco de desenvolverem demência. Os doentes com Parkinson mais precoce (início antes dos 40 anos de idade) apresentam uma progressão mais lenta. Contudo estes doentes desenvolvem mais cedo e com maior gravidade o aparecimento de complicações motoras, com as flutuações motoras.
O manual explica a atuação dos medicamentos antiparkinsónicos e os tratamentos cirúrgicos possíveis. Releva-se a reabilitação neurológica, nomeadamente com as estratégias de intervenção de reabilitação para problemas na doença de Parkinson (exemplos: Porque tenho quedas quando sou distraído? Como ultrapassar a dificuldade em levantar-se da cama? Como entrar na banheira? Como segurar os talheres?). Igualmente se alerta para o papel do cuidador e adaptação do domicílio. Dá-se também um quadro da legislação em vigor na defesa dos direitos dos doentes e aventam-se hipóteses sobre o futuro da doença de Parkinson: “O melhor conhecimento das alterações genéticas, a par do reconhecimento dos sintomas que podem aparecer antes do diagnóstico da doença (depressão, alterações do sono, diminuição do olfato, obstipação) poderá permitir melhor identificar os indivíduos em risco de mais tarde desenvolverem a doença”.
Para contactar a APDPk:
Telefone: 261 330 709
E-mails: secretariadoparkinson@gmail.com ou parkinsonlisboa@gmail.com.