Saiba mais sobre a Síndrome de Fadiga Crónica

 

É de louvar o esforço das associações de doentes na procura de um maior contacto com a população, com o intuito de as sensibilizar para a existência de doenças, na sua maior parte crónicas, pois o despiste e o diagnóstico precoce são as melhores ferramentas que cada um de nós dispõe para evitar sofrimentos maiores. A MYOS – Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica distingue-se nessa campanha permanente de sensibilização com os seus textos acessíveis e com chancela científica. Há, como se sabe, preconceitos sérios acerca da fibromialgia, daí a necessidade de recorrer a testemunhos médicos que não deixam de enfatizar que há sintomas que variam em intensidade e podem mesmo desaparecer ou diminuir temporariamente para reaparecer mais tarde. Não é caso isolado, acontece com várias doenças reumáticas. E quanto aos preconceitos, convém esclarecer que a síndrome de fadiga crónica é reconhecida pela OMS, que também reconheceu a fibromialgia.

Importa esclarecer, a propósito da síndrome, que esta fadiga crónica é de causa desconhecida, a fadiga não melhora com repouso, a fadiga provoca redução nas atividades profissionais, educacionais, sociais e pessoais. No seu diagnóstico pesa um conjunto de sintomas ou manifestações a ter em conta, por exemplo: mialgias, sono não reparador, cefaleias, gânglios linfáticos, mal-estar que persiste por mais de 24 horas após exercício, diminuição da memória recente ou na concentração.

A síndrome não escolhe idades, nem género nem etnias, pode afetar homens, mulheres, crianças de todas as etnias e grupos socioeconómicos. Da população atingida, entre 80 a 90% serão mulheres entre os 30 e os 50 anos. Não existe cura mas há medicação que pode aliviar alguns sintomas, como relaxantes musculares, anti-inflamatórios ou antidepressivos, e há uma série de medidas que podem melhorar substancialmente a vida de quem padece destas situações clínicas: praticar exercício, se possível e na medida do possível; fazer aplicações de calor e fisioterapia; recorrer às técnicas de relaxação. No geral, estas pessoas devem reduzir a sua exposição a situações stressantes, procurar uma boa gestão na alternância de atividade e repouso e procurar adotar um estilo de vida que melhor se adapte às variações de energia e aos sintomas, reconheça-se que é um desafio de grandes dimensões. É fundamental que o doente se sinta apoiado no seu ambiente familiar, social e profissional, como fundamental é o apoio médico.

Conte com o apoio da MYOS, que tem como âmbito o território nacional e que se propõe divulgar e informar sobre as patologias, defender os direitos dos doentes, promover atividades, como é o caso das ações lúdicas, para o bem-estar dos doentes e seus familiares no contexto da doença. Daí os seus grupos de apoio para que os doentes possam dar e receber apoio entre si. Para mais esclarecimentos, contacte a MYOS: www.myos.com.pt ou por mail sede@myos.pt, secretariado@myos.pt, informação.myos@myos.pt ou o telefone da sede nacional: 217 973 294. A MYOS tem delegações regionais no Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Madeira, Açores (Angra do Heroísmo) e Algarve.

 

Mário Beja Santos

abril, 2019